Salvador, Bahia
Eu e o meu técnico decidimos mirar o Rio 2016. Mas devo pegar uma ou duas lutas nos próximos dois anos', afirma o judoca americano
Dois dos principais nomes do judô brasileiro, Leandro Guilheiro e Flávio Canto não guardam boas lembranças de Travis Stevens. O americano com cara de marrento é famoso por ser sempre uma pedra no sapato do Brasil. No Mundial por equipes, realizado no último fim de semana, em Salvador, ele não chegou a cruzar o caminho do time da casa.
Mas avisou que 2016 está na sua mira e até o plano de migrar para o MMA ficará de lado pelo sonho de subir ao pódio nos Jogos Olímpicos do Rio.
- Provavelmente, não vou mudar para o MMA. Depois de não ter conseguido medalha nas Olimpíadas, eu e o meu técnico decidimos mirar o Rio 2016. Mas devo pegar uma ou duas lutas nos próximos dois anos - disse o americano.
A relação do judoca com o Brasil é antiga. Nos Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio de Janeiro, Stevens venceu Flávio Canto, nas quartas de final. O americano, que terminou com o ouro na competição, acabou fraturando o cotovelo direito do ídolo brasileiro. Recentemente, nos Jogos Olímpicos de Londres, ele esteve no caminho de Leandro Guilheiro. Mais uma vez, também nas quartas, o Brasil foi derrotado. A diferença é que, na Inglaterra, não conseguiu chegar até o pódio.
O americano, porém, garante que sua relação com os brasileiros é muito boa e que o Brasil é como se fosse sua segunda casa. Um dos motivos é o seu mentor e ídolo Renzo Gracie. Stevens faz parte da academia do famoso lutador.
- Renzo é o meu maio ídolo. Ele é o cara que eu procuro para conselhos sobre o que devo fazer no MMA, jiu-jitsu ou judô. Ele é como um segundo pai para mim em relação a conselhos.
Também lutador de jiu-jitsu, o judoca chegou a dizer antes dos Jogos de Londres que, após a competição, deveria migrar para o MMA. No Mundial por equipes de judô, em Salvador, ele confirmou essa vontade, mas explicou que decidiu deixá-la em segundo plano, uma vez que a sonhada medalha olímpica não saiu na Inglaterra.
Apesar do sucesso cada vez maior da modalidade de Anderson Silva & Cia., poucos judocas têm migrado para o MMA. É mais comum lutadores de jiu-jitsu e muai thay acabarem seguindo este caminho. Travis acredita que a filosofia do judô pode causar este distanciamento.
- Eu acho que é uma coisa mental. O judô é um esporte mais honrado. Nós temos regras, limites e respeito entre os atletas. O MMA é mais brutal. Não há respeito. Não acho que se misturam muito bem.
A judoca americana Ronda Rousey, no entanto, tem se destacado no MMA. Bronze na China, Rousey é a atual campeã peso-galo do Strikeforce e tem um incrível cartel de cinco vitórias em cinco lutas. Todas encerradas no primeiro round depois de uma finalização.
- Ela usa muitas rasteiras para levar a lutadora para o chão e, quando a oponente tenta se levantar, ela aplica chaves para finalizá-las - comentou seu compatriota.
Por Lydia Gismondi
Divulgação JUDOinforme
Prof. Rocha - Jornalista