segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Federação Internacional de Judo anuncia mudanças nas regras da modalidade.

10/12/2012
Rio de Janeiro, RJ

Alterações valem para 2013 e ainda podem ser mudadas até o final do ano que vem

 A Federação Internacional de Judô (FIJ) anunciou mudanças de regras que entrarão em vigor em 2013. As alterações serão testadas a partir do Grand Slam de Paris até o Campeonato Mundial do Rio. Depois disso, uma reavaliação será feita e a escolha das mudanças definitivas tomadas. Sendo assim, não poderá haver alterações nas regras até o próximo ciclo olímpico. As novas diretrizes vão impactar os judocas nas lutas, dar peso maior à decisão dos árbitros e mudar o critério de inscrições em Campeonatos Mundiais.

Países com muitos judocas bem ranqueados pela FIJ irão ter uma concorrência interna maior do que a que existe nos dias de hoje. Em Campeonatos Mundiais, por exemplo, cada delegação terá o limite de nove atletas no masculino e nove atletas no feminino, com o máximo de dois atletas por categoria.

A quantidade de juízes irá diminuir. Ao invés de três, será apenas um por luta. Para auxiliá-lo e servir de mediador com a comissão da Federação Internacional, um árbitro ficará na mesa de vídeo com o rádio de comunicação. Um sistema de rotação será implementado entres eles. Os delegados da Federação Internacional só vão interferir quando julgarem necessário.  

Outra preocupação da Federação é assegurar que o Ippon, nome dado ao golpe no qual o lutador consegue jogar o adversário com as costas no chão e poderia ser comparado ao nocaute, será configurado de maneira mais rigorosa. A regra é levar em consideração apenas as técnicas que tenham real impacto. Ainda sobre o Ippon, a Federação estipulou que todas as situações nas quais os lutadores enverguem as costas e fiquem na chamada 'posição da ponte' sejam consideradas Ippons.

Outra mudança significativa afetou as penalidades. Durante a luta, o primeiro shido, punição imposta a um dos competidores por falta de combatividade, que hoje em dia é apenas advertência, vai passar a contar como primeira punição. O atleta só poderá ser punido três vezes. O quarto será convertido para um Hansoku-make, ou seja, o judoca será desqualificado. Shidos não darão pontos para o adversário, apenas técnicas aplicadas pelos jogadores podem dar pontuação. No final da luta, se os lutadores estiverem empatados, o que tiver menos Shido ganha. Já se a luta ficar empatada e for para a prorrogação, o primeiro que receber um Shido perde. Ou ainda: o primeiro que aplicar um golpe válido ganha. A prorrogação também foi mudada. Não há mais limite de tempo para o ponto de ouro. O Hantei, decisão dos juízes na bandeira, está cancelado.

Houve mudanças também quanto à imobilização. Antes, se o golpe começasse na área de combate e o atleta conseguisse sair do tatame, a luta era interrompida. Agora, se o ponto começar na área de luta e o atleta for para fora da área enquanto está imobilizado, o árbitro deve iniciar a contagem do tempo. Os segundos necessários da imobilização para os pontos diminuíram. Antes era preciso 15 a 20 segundos para o yuko, 20 segundos para Waza-ari e 25 para o Ippon. Na atual resolução são 10 segundos para o Yuko, 15 segundos para o Waza-ari, e 20 segundos para o Ippon.

"Não tem como mais o adversário escapar usando a tática para sair do local de combate. Isso irá forçar os atletas a se especializarem mais nas defesas das imobilizações" dizem os especialistas.

As categorias também sofreram alteração. Os cadetes, que competiam no sub-17, passaram a ser sub-18, e a chave de braço agora será permitida.

A FIJ está organizando um seminário internacional no qual árbitros e técnicos irão poder esclarecer as dúvidas sobre as novas regras. Segundo o site oficial da Federação, um árbitro e um técnico de cada continente irão ser convidados. Outras pessoas poderão comparecer custeando seus próprios gastos.

Divulgação JUDOinforme
Prof. Rocha - Jornalista

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